sábado, 5 de dezembro de 2009
Budapeste - Dia 1
Pensámos em acordar cedo para aproveitar bem o dia mas o cansaço sobrepôs-se a essa ideia. Arrastamos-nos para o pequeno almoço às 9:30 e acabámos por sair do hotel quase às 10:30. Férias é assim mesmo, sem horários e sem stresses.
O nosso objectivo hoje era o Bairro do Castelo. Esta colina onde nasceu a cidade tem alguns dos mais belos monumentos e vistas de Budapeste.
Para subir até lá cima, caminhámos um pouco até à praça Clark Adam e apanhámos o Sikló, um funicular com 100 anos que nos deixa entre o Palácio Real e a Cidade Velha. Aqui começámos a perceber que se calhar enfiámos um barrete, ao comprar o cartão Budapeste 2009 que supostamente dá para andar à borla nos transportes públicos, quando tivemos que pagar bilhete no funicular. Aliás depressa se percebe que Budapeste é uma cidade onde os turistas são continuamente ajudados a livrarem-se de pesos excessivos na carteira.
Estávamos a apreciar a vista de Peste quando a praça se encheu de seres pequeninos e irrequietos, carregados do "state of de art" em termos de equipamento de captação de imagens. Os japoneses já fazem parte da fauna turística de qualquer cidade Europeia que se preze. O espectáculo era hilariante pois havia vários, nas posições mais esquisitas, a tirar fotos e a filmar a mesma senhora japonesa. Se calhar alguma gueixa famosa reformada.
Não resisti e meti-me de joelhos a tirar fotos á Susana. Comentámos que o jap mais próximo poderia ser um sensei de Karate e ainda me dava uma sova.
Estava a tentar fazer uma foto da Susana, com Peste a servir de fundo, quando ela se desmanchou a rir. Atrás de mim estava o tal tipo com um ar de quem está a pensar, este gajo não tem nenhum estilo a fotografar. Não me bateu, apenas um flectir da cabeça e um entusiasmado "domo arigato" quando o deixei passar para o miradouro.
Descemos a escadaria dos Habsburgos e caminhámos tranquilamente pelo Palácio Real.
Fomos ver a exposição permanente da Galeria Nacional Húngara onde a entrada custa 900 HUF e o direito de tirar fotos 1600 HUF. Se as fotos forem tiradas com o telemóvel não há problema, é à borla. Isto deve-se, de certeza, ao facto de os guardas do museu , todos já com a idade da reforma há muito ultrapassada, terem desistido de tentar proibir as centenas de estudantes Húngaros, das visitas de estudo, cada um a disparar um telélé de rajada. Muito popular entre os miudos é o quadro Banho de Mulher onde uma moça roliça do inicio do século passado, exibe generosamente os seus atributos. Havia uma multidão permanente de putos em frente ao quadro, o único que apreciavam com verdadeiro interesse.
Mais uma volta pelos jardins do Palácio, que alberga ainda o Museu de História e a Biblioteca Nacional e chegámos a outro ponto alto desta visita , a fonte Mátyas. Aqui a língua dominante era o italiano. Um guia que contava, de uma forma altamente teatral, os feitos do exércitos Húngaros a uma horda de transalpinos boquiabertos. Claro que no meio disto tudo ouviu-se uma voz que passava e dizia em bom Português "f...-se que está um frio do c......lho.
Voltando á Fonte, esta é realmente espectacular e mais espectacular é o facto de as fontes em Budapeste, pelo menos as que vimos até agora , não terem água. Deve ser ainda um trauma dos tempos do comunismo, quando faltava tudo até a água. Isto é muito bom para os japoneses que assim conseguem chegar perto das estátuas e fotografar pormenores sem se molharem.
Com a alergia da Susana a piorar, e os medicamentos sem fazer efeito, decidimos que o melhor era almoçar e tratar a maleita com um Cabernet Sauvignon húngaro que, segundo o empregado do restaurante tem excelentes propriedades anti-histamínicas. O facto é que depois de uma garrafa daquele tintol, a regar uma espécie de grelhada mista com pato, porco, borrego, vaca e foie gras, acompanhada de vegetais assados, arroz e puré de batata, a alergia melhorou.
Á tarde passeámos pelas ruas da Cidade Velha e visitámos um sítio espectacular que é o Bastião dos Pescadores. Esta muralha lindíssima, com umas torres cónicas a lembrar castelos de fadas e uma vista espectacular do Danúbio e do Parlamento, foi conquistada por ciganos músicos e por uma turba húngara cuja único objectivo é sacar nota ao pessoal mais distraído. Há de tudo, desde o gajo com a banca dos três copos para adivinhar onde está a bola, até pintores de arte duvidosa e gajos completamente pedrados que só após um grande esforço conseguimos perceber que nos estão a perguntar de onde somos. Os Alemães são mais fáceis de enganar, os Americanos gostam de ser enganados, etc.
Ao lado está a Igreja Mátyas, lindissima mas em obras.
Com isto tudo eram cinco da tarde e a noite já tinha caído. Descemos pelos caminhos contorcidos e escadarias do castelo, até ao nosso hotel. A Susana foi directa para o quarto, a alergia voltava a atacar, e eu ainda fui até á entrada da Ponte das Correntes para fazer umas fotos dos edifícios iluminados.
Depois de algum descanso saímos para jantar e voltámos à cervejaria belga, da noite anterior, que fica ao fundo das escadas que dão para o hotel. A comida é óptima, aliás devo dizer que estamos encantados com a gastronomia húngara, e a colecção de cervejas é gigantesca. Têm desde a cerveja feita na casa até todas as cervejas belgas conhecidas.
Amanhã vamos atravessar o Danúbio para Peste.
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Que vontade de voltar...
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