domingo, 7 de março de 2010

Floresta mágica

Ontem fomos até Sintra fazer umas fotos e desfrutar  da tranquilidade e beleza da floresta. As nuvens estavam baixas e metiam-se por entre as árvores criando aquela atmosfera mística que só Sintra tem.
A floresta não está tão bem tratada como devia e o mau tempo deste Inverno tem feito grandes estragos. Aqui vos deixo uma descrição técnica desta floresta que está aqui tão perto e que raramente visitamos, no verdadeiro sentido da palavra.

A FLORESTA DA SERRA DE SINTRA
Associação de Defesa do Património de Sintra   
http://mwmservices.net/adps/index.html

A floresta de Sintra, rica em espécies mediterrânicas e atlânticas, marca a transição entre a vegetação do norte e do sul do país, estimando-se em 901 o número de plantas autóctones, das quais 7 são endemismos locais.



Das suas antigas associações vegetais, a do carvalho negral (Quercus pyrenaica) teria tido significativa expansão cobrindo os cumes rochosos e as vertentes mais desabrigadas. Nas encostas sombrias e húmidas, viradas a norte e nalguns locais mais abrigados, vivia a associação tipicamente atlântica do carvalho alvarinho (Quercus robur). A associação mais termófila do carvalho cerquinho (Quercus faginea) teria tido a maior ocupação incluindo os terrenos calcários à volta da Serra, sendo grande a abundância de sobreiros (Quercus suber) nas zonas mais baixas e quentes.



A ocorrência de velhos indivíduos de samouco (Myrica faya), do pequeno Daphne laureola e dos fetos Davallia canariensis, Asplenium hemionitis, Dryopteris guanchica e Woodwardia radicans e a visível expansão do vinhático (Persea indica) e do til (Ocotea foetens), constituem indícios de sobrevivência de uma possível associação de carácter macaronésico.



Destas associações faziam parte um grande número de espécies das quais, ainda hoje, se encontram indivíduos um pouco por toda a Serra: o bordo (Acer pseudoplatanus), a aveleira (Corylus avellana), o azevinho (Ilex aquifolium), o pilriteiro (Crataegus monogyna), o sanguinho das sebes (Rhamnus alaternus), o azereiro (Prunus lusitanica), o loureiro (Laurus nobilis), o medronheiro (Arbutus unedo), o ademo (Phillyrea latifolia), o folhado (Viburnum tinus), o carrasco (Quercus coccifera), a murta (Myrtus communis) e a gilbardeira (Ruscus aculeatus).



Nos vales, junto às linhas de água, sobrevivem restos de formações ripícolas com salgueiros (Salix alba e S. atrocinerea), freixos (Fraxinus angustifolia), amieiros (Alnus glutinosa), ulmeiros (Ulmus minor), choupos (Populus alba e P. nigra), sabugueiros (Sambucus nigra) e sanguinhos de água (Frangula alnus).



Notável é também a vegetação criptogâmica, mais exigente em frescura e humidade do que a superior, abundando os musgos, líquenes e fetos, encontrando os fungos habitats privilegiados nos andares superiores da Serra.



Os fetos espreitam das fendas das rochas e abrem as suas folhas nos locais mais sombrios; os penedos e os muros estão revestidos de característica vegetação rupícola; é grande a abundância de musgos e líquenes e de plantas epífitas e trepadeiras que cobrem troncos e ramos, tudo envolvendo num espesso manto verde.