quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Moinhos de água de roda horizontal


Há centenas de anos que o movimento da água é usado nos moinhos. A passagem da água faz mover rodízios de madeira que estão ligados a uma ( pedra redonda muito pesada). Esta, mói o cereal (trigo, milho, cevada, aveia, etc.) transformando-o em farinha.
São construídos diques que param o curso da água acumulando-a num reservatório a que se chama albufeira ou represa. Parte da água acumulada é obrigada a passar por um desvio que a leva até o moinho.
Quando se abrem as comportas da barragem, a água presa passa pelas lâminas da  roda de água fazendo-a girar, usando a força motriz da água. Esta é a estrutura mais antiga conhecida de aproveitamento da energia cinética das águas dos rios e ribeiros.
O registo mais antigo que se conhece e que alude ao moinho de água de roda horizontal, encontra-se num epigrama de Antipratos de Salónica, o qual se presume date de 85 a.C.. Contudo, existem outros registos, nomeadamente arqueológicos, os quais apontam para a existência deste sistema na Dinamarca no século I a.C., e mencionado num poema na China do ano 31 da nossa era. Já relativamente ao moinho de água de roda vertical, é pela primeira vez mencionado por Vitrúvio numa obra datada de 25 a.C.. A roda horizontal à qual se chama rodízio, é composta por um conjunto de palas dispostas radialmente, as quais recebem a impulsão do jacto de água que nelas bate. A difusão deste tipo de engenhos hidráulicos foi muito rápida por toda a Europa, devido à profusão e características dos cursos de água aí existentes. Na época medieval a sua posse era essencialmente um privilégio dos senhores feudais, os quais cobravam pesados impostos a quem os utilizasse. O aumento da cultura dos cereais por parte de pequenas comunidades rurais, levou à crescente expansão principalmente dos moinhos de roda horizontal ou rodízio.
Em Portugal, a introdução dos moinhos de água deve-se presumivelmente aos Romanos, sendo o moinho de rodízio aquele que mais se difundiu, principalmente nas regiões do norte do país. A sua utilização subsistiu até aos nossos dias e existiriam em Portugal no ano de 1968, cerca de 10.000 moinhos ainda em actividade, dos quais aproximadamente 7.000 seriam de água e destes 5.000 seriam de rodízio.



Desenho da maquinaria  de um moinho de água


Dique


Represa


Canal de desvio da água para o moinho


Canal de retorno da água ao rio


Ponte sobre o canal de retorno


Seteiras e rodizios


Espaço de habitação com forno de cozer o pão( hoje é a cozinha da casa)


Sala de moagem


Mós


Pormenor de mó


Adega

Sem comentários:

Enviar um comentário