domingo, 7 de agosto de 2011

O moinho

Para quebrar a rotina das férias de Verão á beira-mar, resolvemos este ano passar uma semana longe da costa. Pensámos ir para o Alentejo mas acabámos por escolher o nordeste Transmontano pois apetecia algum tempo com poucos contactos humanos, antes de enfrentarmos as multidões do Algarve.
A zona seleccionada foi o Parque Natural de Montesinho e quando fomos ao google, procurar um sítio para ficar, a primeira página que abriu foi a do Moinho do Caniço.
As fotos do site dão apenas uma pequena ideia da maravilha que é este lugar mas foram suficientes para nos convencerem a reservar o Moinho por uma semana sem procurar mais.




Moinho do Caniço é isso mesmo, um antigo moinho de água abandonado que foi reconstruído e ampliado, com uma sala, dois quartos e duas casas de banho, mantendo o estilo original.
Na cave encontrámos as mós e toda a aparelhagem em perfeito estado de conservação. O forno de cozer o pão também ainda existe no que antes era a única divisão da casa e hoje é a cozinha.


Toda a envolvente é extraordinária. O rio Baceiro corre ao longo de toda a propriedade e foi represado a montante da zona do moinho de forma a que parte da sua água pudesse ser desvidada para o moinho. O canal original está um pouco assoreado mas ainda em perfeitas condições de uso, assim como os rodízios que recebiam os jactos de água transmitindo movimento ás mós.
A jusante da represa o rio, nesta altura já com pouca água, divide-se em dois ramais e desce por uma zona de socalcos que criam um sem numero de pequenas quedas de água. Depois o rio alarga um pouco e torna-se mais profundo criando uma piscina óptima para uns mergulhos, embora a água seja algo fria. Nestas zonas de água mais profunda nadam pequenas trutas.



O silêncio seria insuportável, para nós gente da cidade, se não fosse o ruído permanente da água e o cantar dos pássaros.


Durante o dia há permanentemente uma multidão de pássaros no céu e a esvoaçar pelo jardim e pela horta. São atraídos pela existência de uma infinidade de insectos que aqui vive e salta de planta em planta ou flor em flor. Borboletas, libelinhas, carochas, joaninhas, abelhas, abelhões, escaravelhos, etc, servem de alimento a melros, rabiruivos pretos, piscos, andorinhas, papa-figos, etc.

Á noite saíem os morcegos, as corujas e os mochos. O céu é alucinante. Só no deserto tinha visto tantas estrelas.
Passámos uma semana formidável e carregámos verdadeiramente as baterias. Recomenda-se.

1 comentário:

  1. Aqui sente-se de fato que trás-os-montos está mais perto do paraíso!...saibamos preservá-lo

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