terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Budapeste - Dia 2

Ontem não consegui escrever. Além do cansaço que começamos a acumular devido ás caminhadas, a Susana fazia anos e fomos jantar com o Pedro e a Marta que, por coincidência, também cá estão. Claro que as horas e o estado em que chegámos ao hotel não dava nem para ligar o computador.
Pela manhã fomos experimentar os transportes públicos e demos uma volta à cidade de eléctrico que acabou por nos deixar em frente ao Parlamento.

Tínhamos estranhado a quantidade enorme de criancinhas, muitas acompanhadas dos avós, que havia no eléctrico e foi quando chegámos ao Parlamento que percebemos porquê. Em frente a este baluarte da republica Magyar está uma feira onde as criancinhas podem ir fazer os seus pedidos ao Pai Natal. O facto desta feira ser patrocinada por uma marca de palinka, a aguardente de frutos típica da Hungria, demonstra uma visão de futuro desta empresa que, ao pôr as criancinhas e contacto tão estreito com as instituições politicas aposta na sua formação como futuros consumidores de bebidas alcoólicas.
Excelente exemplo a seguir pelas nossas marcas de Aguardentes Velhas. Imaginem a feira montada em S. Bento e que poderíamos ir mais longe e pôr políticos a fazer de Pai Natal. Estão ver a criancinha sentada ao colo do Paulo Portas .... não ... é mau exemplo! Sentada ao colo do Alberto João ou do Jerónimo de Sousa, num evento patrocinado pela Adega Velha, é sucesso garantido. Esta criança tem grandes hipóteses de sair dali de tal forma traumatizada que é quase seguro que terá problemas de alcoolismo no futuro.

No canto sueste da praça está uma pequena ponte com uma estátua de Imre Nagy, o primeiro -ministro do governo comunista que, em 1956, se demitiu em sinal de apoio ás reivindicações populares. Este acto custou-lhe a vida.
No nosso caso os ministros andam sob suspeita durante todo o mandato, não se demitem e se alguém os demitir melhoram o nível de vida pois, além das luvas com que já se abotoaram, levam uma reforma das boas e ainda são contratados para o conselho de administração de alguma empresa com bons relacionamentos contratuais com o governo. São as diferenças culturais.

Mais à frente entramos na Praça da Liberdade onde reparamos num obelisco, com uma estrela no topo, e cercado por uma grade. O guia diz que é uma homenagem aos soldados do Exército Vermelho, imagino o porquê da grade.

Logo a lado está um exemplo da ingerência dos americanos em tudo o que é conflito, a estátua do general americano Harry Hill Bandholtz que impediu os soldados Romenos de saquear o Museu Nacional Hungaro. Imagino que os Hungaros estariam muito mais agradecidos se os tivesse incitado a destruir o obelisco.







A Basílica de Santo Estêvão. Por fora impressionou-nos principalmente pelo tamanho da sua cúpula em estilo neo-renascentista. Lá dentro ficámos maravilhados. As pinturas, os mosaicos da cúpula, a pedra avermelhada das colunas em contraste com os dourados, aquela luz ténue que se infiltra das janelas e que cria uma atmosfera incrível. Juntem a isto tudo o facto de estar a decorrer a missa e os cânticos serem entoados por um coro de crianças acompanhado por um verdadeiro orgão de igreja. Arrepiante.

Já com a tarde avançada chegámos à Praça Vorosmarty onde está a instalada a Feira de Natal de Budapeste. Fomos imediatamente assaltados pelo cheirinho do petiscos. É impressionante o que se pode encontrar de comes nesta feira. Desde uma pizza hungara até túbaros de ganso passando por morcelas gigantescas feitas na chapa. Tudo isto é regado com enormes quantidades de vinho quente.


Para moer o repasto caminhámos pela rua Váci admirando o mau gosto geral que impera nas montras e voltámos pelo passeio junto ao Danúbio, já com a noite a cair ( ás 4 da tarde), desfrutando a vista maravilhosa de Buda de que não nos cansamos.

Á noite , como já disse, fomos festejar o aniversário da Susana ao Pater Marcus que, mais uma vez, não nos decepcionou.

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